Quando o pai morreu em um acerto de contas entre traficantes, Patrick tinha apenas 20 dias e Peterson, pouco mais de um ano.
- O maior incentivo para a gente não seguir para este lado é que minha mãe já tinha passado por isto. Já teve o nosso pai que era desta vida. Então, imagina para ela: o marido seguiu esta vida e morreu. Aí vêm os filhos e ela sabendo que podem levar o mesmo fim? O nosso incentivo foi não deixar a nossa mãe passar por isto de novo – conta Patrick Vieira.
Além da mãe, a avó Jociléia também teve participação direta no bom caminho trilhado pela dupla (Peterson chegou à faculdade). Era ela quem acompanhava Patrick nos treinos do Botafogo em Marechal Hermes.
- Ela me levou durante um bom tempo, mas depois não tinha mais condições de pagar a minha passagem e a dela – recorda.
Mesmo com o empecilho financeiro, dona Jociléia não afrouxou. Patrick e Peterson não podiam nem ir ao fliperama da Vila Kennedy, em Bangu.
- Uma vez a gente foi e ela chegou atrás da gente. A gente lá sentadão, se amarrando. Chegou (ela e disse): pra casa agora os dois, vamos embora, passa na minha frente. Com a varinha de goiaba – relembra o palmeirense.
Atualmente, os irmãos agradecem à avó. Se agora alguns conhecidos dos tempos de infância carregam armas, hoje ele desfruta de uma vida tranquila em São Paulo.
- A minha avó é tudo. Amo minha avó. Ela e a minha mãe. Quando chegava o meu aniversário e tinha que dar o primeiro pedaço, eu repartia o bolo no meio e dava metade para cada uma – diz Patrick.
Nenhum comentário:
Postar um comentário