"Não consigo descrever esse momento. Estou no clube desde 2005 e sempre sonhei com isso. Tive uma infância bem humilde no interior de São Paulo (é natural de Piracicaba), e desde moleque sempre ouvi falar de coisas boas do Palmeiras. É um time que todos querem jogar, independentemente da divisão. Fiquei sabendo nesta semana que seria titular e, sinceramente, não conseguia acreditar", disse o camisa 22, que em entrevista ao site oficial, repetiu o discurso de outros goleiros que sucederam Marcos nos últimos anos, casos de Diego Cavalieri, Bruno e Deola.
"A responsabilidade aqui é enorme para qualquer goleiro. O Marcos ficou 20 anos e é um dos maiores ídolos da história do clube. Qualquer goleiro que entrar e não for bem, será muito cobrado. Eu tenho consciência disso, mas me preparei ao longo do tempo para que esse momento chegasse. É claro que tem uma certa ansiedade, mas quando entrar em campo, estarei concentrado e pensarei somente no jogo."
Raphael Emílio da Silva, conhecido como Raphael Alemão, tem 24 anos e 1m97 -é o goleiro mais alto dentre todos que disputam o Campeonato Brasileiro. Para os mais antigos de clube, lembra muito o perfil de Marcos no início de carreira. O eterno camisa 12 também tinha um jeito 'caipira' e sempre se caracterizou pela honestidade, autenticidade e por ter personalidade forte no discurso e nas atitudes, atribuições que se identificam com Raphael.
"Meu problema é falar o que penso. Sempre fui assim. Tenho até receio de dar entrevista por causa disso (risos). Não sei o que pode sair. Meus pais me ensinaram sempre a ser honesto e foi assim que eu cresci. E sou grato muito também ao meu avô (Emílio). Ele que me incentivou a jogar futebol e me ensinou a ser o que eu sou. Não tem porque mudar agora", comentou o arqueiro, casado com Daiane e pai de Vitória, de cinco anos.
Depois de iniciar a carreira no Rio Branco, de Americana-SP, Raphael chegou ao Palmeiras para realizar testes e foi aprovado pelo então técnico Eduardo Ramos e pelo atual auxiliar técnico, Fernando Miranda. No time juvenil, logo se transformou em titular. Passou pelos juniores e foi presença constante nos jogos do time B.
"Peguei uma bagagem legal. Parece que não, mas o Palmeiras B nos proporciona uma experiência fora do normal. Joguei série A3 e série A2 do Paulistão. É muito disputado, os gramados não são bons. Passei por muitas dificuldades", recordou.
No período de sete anos em que está no Verdão, Raphael teve uma rápida passagem por três clubes em 2010: América-RN, Rio Claro e Guaratinguetá. Em todos eles, não ficou mais de três meses e retornou no final daquele ano, quando foi relacionado pela primeira vez nas últimas partidas do Campeonato Brasileiro.
Feliz com a chance, o novo titular também fez questão de agradecer Bruno e dizer que a união entre os goleiros é fundamental para a harmonia entre os arqueiros.
“Não tem como eu não agradecer o Bruno. Nós somos muito amigos e conversamos bastante. Ele me deixou à vontade e disse que vai torcer muito por mim. Nós, goleiros, somos uma família e um torce pelo outro.”
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